sexta-feira, 18 de março de 2011

Ensaio da Orquestra Rabecônica do Brasil


Ensaio da Orquestra Rabecônica do Brasil




Ensaio da Orquestra Rabecônica do Brasil





Açucena

Açucena
Uma opereta caiçara
“A minha pombinha branca
no baile passou voando
meu amor veio a janela
com um lenço branco acenando
pra ver a pombinha branca
que vinha balanceando”

Amanhece, a jovem que tem por volta dos 15 anos levanta preguiçosamente. Enquanto arruma a mesa e conversa com sua prima, ouve ao longe uma sonoridade conhecida. “São os foliões da bandeira do Divino!”, exclama a prima, que passa rapidamente a ajeitar a casa para receber a bandeira que entoa sua chegada: “Que hora imo chegando, nesse momento sagrado. Que hora imo chegando”. A cena, conhecida entre os moradores de diversas comunidades litorâneas, abre o espetáculo idealizado e dirigido por Aorélio Domingues em parceria com Mariana Zanette, na direção teatral, e Carla Zago, na direção musical.
Açucena, personagem que embala a moda fandangueira, dá nome a esta opereta popular que marca a estréia da Orquestra Rabecônica do Brasil. No palco a musicalidade, a fé e o modo de ser caiçara, contados a partir da história da jovem que sonha com um amor. Permeado por músicas da Folia do Divino Espírito Santo, Fandango, Boi de Mamão e Terço Cantado, Açucena traz pequenos fragmentos do cotidiano no litoral traduzidos também em imagens, fotografias e vídeos.
Em diversas modas do fandango, a natureza, os pássaros, o mar, a amizade, o amor e as relações familiares são temáticas recorrentes e que, neste espetáculo, saem dos versos para encarnar personagens e costurar com dramaturgia o repertório musical, que tem arranjos criados especialmente para a formação inédita da Orquestra Rabecônica. Marcas batidas e bailadas, chegadas e partidas cantadas na Folia do Divino, bem como as toadas do Boi de Mamão foram cuidadosamente trabalhadas pelos músicos Rodrigo Melo e Carla Zago, para que a sonoridade caiçara ganhasse outras cores.
Rabecas, rabeolas, violas, percussão, rabecão e rabecona são os instrumentos confeccionados artesanalmente ao longo de um ano pelas mãos de Aorélio Domingues, Dênis Carvalho Lang e Rodrigo Melo. O rabecão, instrumento com o formato da rabeca e semelhante a um contrabaixo acústico, guarda peculiaridades e marca a inovação proposta neste trabalho. A ideia de Aorélio Domingues é desta forma, colocar o Paraná, e a arte aqui produzida, no cenário cultural brasileiro.
O espetáculo terá sua estréia nos próximos dias 25, 26 e 27 de março, no Teatro Regina Vogue e 4 e 5 de abril no Canal da Música, este último inserido na programação do Festival de Teatro de Curitiba. Açucena trará aos palcos de Curitiba um pouco da cultura caiçara e todas as nuances dos sonhos transformados em arte.

Serviço:
Açucena é uma opereta popular que apresenta a cultura caiçara e seus personagens em diferentes expressões artísticas.
Quando e Onde: Dias 25, 26 às 21h e 27 de março, às 20 horas no Teatro Regina Vogue e 4 e 5 de abril, às 21h no Canal da Música ( na Amostra Fringe do FTC)
Quanto: R$ 8 e R$ 4
Mais informações: 8889-8395 (Aorélio Domingues) 9133-3278 (Janaina Moscal), 8450-0170 ( Mariana Zanette)